Na jornada do café, você vai acompanhar todas as etapas desde o plantio do café até a comercialização. E agora nosso destaque é para adubação. A adubação adequada deve considerar a necessidade da lavoura, conforme suas características vegetativas e produtivas, a disponibilidade de nutrientes do solo e seu equilíbrio.
O grande segredo para fazer com que a qualidade do seu café melhore com adubações é fazer com que os macro e micronutrientes estejam sempre balanceados e em sintonia, pois são eles que vão fazer com que os açúcares e carboidratos cheguem até o grão do café.
Continue a leitura e veja os critérios corretos de adubação, especialmente quanto a época de aplicação, quantidade, local e modo de aplicações.
ADUBAÇÃO PARA O CAFÉ
Adubação é colocar à disposição das plantas os nutrientes, em quantidades que supram a deficiência de fornecimento pelo solo, relativo à demanda do cafezal.
Para reduzir os custos da adubação é preciso adotar as estratégias corretas, como, análise do solo, histórico da área, da cultura, etc. Também a combinação com outras formas de adubação, orgânica e mineral e pela maior eficiência de aproveitamento, adensamento, manejo de plantas, parcelamentos e localização.
A adubação do cafeeiro deve ser planejada de acordo com as análises do solo, dos tecidos foliares e as quantidades variam em função da produção, idade da planta e do tipo de adubo usado, das perdas de nutrientes que venham a ocorrer, entre outros aspectos.
O modo de usar os adubos no cafezal é influenciado pelo tipo da lavoura, a declividade do terreno, o tipo de solo e o tipo do adubo. Além do sistema de manejo adotado, se cultivo de sequeiro ou irrigado.
A nutrição adequada das plantas de café pode influenciar indiretamente a qualidade final dos grãos de café como, por exemplo:
- Teores adequados de nutrientes, especialmente de potássio, resultam na maior concentração de açúcares nos grãos de café;
- O maior enfolhamento proporcionado pelo equilíbrio nutricional, aumenta o período de maturação e a porcentagem de frutos cereja.
MACRO E MICRONUTRIENTES PARA LAVOURA
É comprovado a eficácia da nutrição equilibrada para o sucesso da lavoura, mas durante algum tempo, as pesquisas sobre nutrição do cafeeiro focavam somente no nitrogênio, fósforo e potássio, como nutrientes importantes, o que influenciou os agricultores a usar macronutrientes, através das consagradas fórmulas NPK.
A tecnologia e os avanços nas pesquisas provaram que é preciso um equilíbrio de todos os nutrientes para alta produtividade com qualidade. Caso haja deficiência de algum desses elementos, ocorrerá a má formação das plantas, florescimento desuniforme, má formação de grãos e menor produtividade, por isso a importância de se conhecer e realizar o correto manejo nutricional da cultura.
CLASSIFICAÇÃO DOS NUTRIENTES
As plantas de café necessitam de diversos nutrientes para se desenvolverem e produzirem frutos, sendo possível a verificação visual da falta ou excesso deles.
Os nutrientes são classificados em função das necessidades exigidas pelo cafeeiro.
MACRONUTRIENTES PRIMARIOS
São aqueles exigidos em maior quantidade pelas plantas:
Macronutrientes | Função | Deficiência |
Nitrogênio (N) | Exigido em maior quantidade pelo cafeeiro. Importante no crescimento vegetativo, botões florais e formação de grãos. | Ocorre o amarelecimento das plantas, seguido de desfolhas e seca de ramos produtivos. |
Potássio (K) | Segundo nutriente mais exigido pelo cafeeiro. Importante na formação de grãos, crescimento vegetativo. Atua como regulador da temperatura e umidade da planta. | Ocorre o amarelecimento e necrose nas bordas das folhas velhas das plantas, seguido de desfolhas, seca de ramos produtivos e abortamento dos frutos. |
Fósforo (P) | Importante na síntese e armazenamento de energia, desenvolvimento de raízes e processos metabólicos. | Causa manchas amareladas nas folhas, que se tornam arroxeadas, seguida pelo surgimento de necroses nas extremidades. |
MACRONTRIENTES SECUNDARIOS
São exigidos em grandes quantidades, porém em menor porção que os macronutrientes primários.
Macronutrientes | Função | Deficiência |
Cálcio (Ca) | Importante no desenvolvimento da parte aérea e radicular das plantas. | Causa amarelecimento de folhas novas, evoluindo para as mais velhas, seguido pela seca de ramos. |
Magnésio (Mg) | Importante na formação da clorofila, processos metabólicos, desenvolvimento das plantas, entre outros. | Causa o amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas, evoluindo para cores mais escuras. |
Enxofre (S) | Importante principalmente nas composições das proteínas, sendo exigido também em outros processos. | Causa o amarelecimento de folhas novas, semelhante à deficiência de Ca, porém não evolui para outros sintomas. |
MICRONUTRIENTES
São aqueles nutrientes exigidos em menor quantidade pelas plantas:
Micronutrientes | Função | Deficiência |
Boro (B) | Importante no crescimento celular e na floração do cafeeiro. | As folhas novas ficam com a superfície irregular, evoluindo para o secamento dos ramos produtivos e consequente superbrotação. |
Zinco (Zn) | Importante na formação hormonal, influenciando no crescimento da parte aérea do cafeeiro. | A folhas novas se tornam estreitas e quebradiças, ocorrendo também a diminuição dos internódios. |
Ferro (Fe) | Importante na fotossíntese e biossíntese de proteínas e clorofila. | Causa amarelecimento das folhas novas, ressaltando de forma acentuada as nervuras dessas folhas. |
Manganês (Mn) | Importante na síntese da clorofila e fotossíntese. | Ocorre o amarelecimento e redução das folhas, evoluindo para o seu branqueamento. |
Cobre (Cu) | Importante no metabolismo de carboidratos e na lignificação da parece celular. | Provoca o encurvamento das bordas das folhas e saliência nas suas nervuras. |
COMO FAZER ANÁLISES E AMOSTRAGENS
As amostras do solo são feitas nas camadas de 0 a 20 cm, para avaliar a textura do solo, sua fertilidade e necessidade de correção. Também deve ser feita a amostragem de 20 a 40 cm e de 40 a 60 cm, para avaliar o teor de alumínio e cálcio nas camadas mais profundas do solo, o que pode ser fator limitante para o pleno desenvolvimento do sistema radicular. Essas amostras são compostas por 20 subamostras, que são homogeneizadas dentro de um recipiente, caracterizando o solo do talhão
A análise de foliar consiste em avaliar as folhas do cafeeiro, com o objetivo de quantificar os nutrientes presentes nas plantas e identificar toxidez e deficiências. Esta análise complementa à do solo, auxilia na recomendação das adubações, visando possíveis correções dos nutrientes, conforme o estado nutricional das plantas.
Geralmente é um profissional especializado que interpreta e realiza as recomendações técnicas a partir dos resultados dessas análises.
MÉTODOS DE ADUBAÇÃO NO CAFEZAL
Os métodos de aplicação são adubação no solo ou por via foliar.
E ambas podem ser manual ou mecanizada. Geralmente os cafeeiros de lugares íngremes ou os de até 3 anos, necessitam de atenção manual e a partir dessa idade, seu tamanho facilita a entrada de máquinas o que torna os cuidados mecanizados.
Na aplicação mecanizada dos fertilizantes, os equipamentos utilizados são: adubadora, esparramadeira e carreta;
Na fertilização via foliar são utilizados: pulverizador de 400 litros, pulverizador de 2000 litros ou canhão atomizador de 400 litros.
Para o bom funcionamento e conservação dos equipamentos utilizados na adubação, mantenha-os limpos e adequadamente conservados.
E para fazer a aplicação de adubos, utilize EPIs como luvas, máscara, calça e camisa de manga comprida, chapéu de aba larga ou boné árabe, botas ou botinas e perneiras. E siga as recomendações dos agrônomos ou técnicos responsáveis.
ÉPOCA ADEQUADA DE ADUBAÇÃO
No período conhecido com período das águas que vai de setembro a março, é época de realizar as correções e adubações de solo e folha no cafeeiro
A recomendação atual é de fazer a 1ª adubação 20-30 dias após a florada principal, o que, normalmente, é no mês de novembro. Depois mais 2 parcelas, em final de dezembro e meados de fevereiro.
Fonte: Emater
Além da época correta, deve-se prestar atenção na fonte dos nutrientes, na dose e modo de adubação, considerando os resultados de análises, que mostram a disponibilidade no solo, a umidade presente na hora de adubar e a necessidade de cada lavoura.
ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO: aquela realizada após o plantio, leva em consideração a fertilização procedida na cova de plantio. É considerada como adubação de formação, aquela procedida a partir do próximo período chuvoso após o plantio.
ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO: é a fase em que o cafeeiro demanda as maiores quantidades de nutrientes, especialmente devido à produção de frutos.
QUANTIDADE DE ADUBOS PARA O CAFEZAL
O cálculo da quantidade a ser aplicada é feito com base na análise de solo e na estimativa de produção. Esta quantidade poderá ser corrigida na terceira e ou quarta adubação, se os resultados da análise foliar e uma nova estimativa de produção mostrarem a necessidade de ajustes.
O cafeeiro, como planta perene de ciclo bienal de produção, apresenta necessidades também diferenciadas entre um ano e outro. Nos anos de alta carga, a demanda de nutrientes para produção de frutos (“grãos”), somada à demanda para crescimento contínuo da planta, resulta em uma necessidade maior de adubação.
COMO UM SISTEMA DE GESTÃO FACILITA A VIDA DO CAFEICULTOR
Cada etapa para garantir a fertilidade da lavoura deve ser bem planejada e não pode simplesmente ser feita por “achismos”, assim, é necessário um sistema de gestão de fazenda que concentre todas as informações.
Não importa o tamanho da sua propriedade, ao investir em sistemas de gestão, todos os processos operacionais serão otimizados. Você terá mais agilidade, segurança e custo de execução menor, consequentemente, aumenta sua lucratividade.
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