O controle de pragas, doenças e plantas daninhas estão entre as práticas mais realizadas nas lavouras de café e são atividades bastante onerosas.
O controle de ferrugem e cigarras são atividades realizadas principalmente na primavera. Nos meses de novembro e dezembro podem surgir os primeiros focos, devido as condições climáticas dessa época com temperatura na faixa de 20 a 24ºC e alta umidade.
Continue a leitura e veja quais são os prejuízos, como fazer o monitoramento e controle para proteger a sua lavoura.
CIGARRAS
As cigarras são insetos sugadores de seiva.
Fonte: Embrapa
As cigarras aparecem principalmente na primavera e suas ninfas sugam a seiva do cafeeiro, causando perdas na produtividade.
A fase larval ocorre no solo, com as ninfas sugando as raízes do cafeeiro. Na fase de ninfa imóvel ela pode ficar de 3 a 4 anos sugando as raízes do cafeeiro. Na fase final, ela cava galerias, até superfície, transformando-se em ninfa móvel, passando está fase na árvore e posteriormente em inseto adulto, onde se reproduz e continua esse ciclo.
PREJUÍZOS
Os prejuízos causados pelas cigarras nos cafezais são evidentes. A planta atacada apresenta deficiência nutricional, quedas de folhas, flores e frutos, queda de vigor e diminuição da produção.
Em razão da sua alimentação da seiva das raízes, a cigarra pode prejudicar o aproveitamento de água e nutrientes das plantas, resultando muitas vezes em morte das raízes, clorose e queda precoce de folhas e prejuízos na granação dos frutos.
MONITORAMENTO
O monitoramento da infestação das cigarras visando ao seu controle deve ser realizado a cada ano, no início do mês de novembro, para todas as espécies que atacam os cafeeiros. A infestação real ocorrerá a partir do mês de novembro, depois de cessada a emergência de seus adultos.
O monitoramento é realizado em nível de talhões, após constatar, na época do “canto” das cigarras, a presença dos orifícios circulares e individuais de saída de ninfas móveis do solo, sob a copa do cafeeiro, e também pela presença de exúvias (cascas) ao longo da base do caule, até uma altura de aproximadamente 60 cm.
Pelo monitoramento é possível saber qual é a quantidade de ninfas móveis presentes nas raízes, visando à realização do controle químico
CONTROLE
Os métodos de controle das cigarras-do-cafeeiro são: controle cultural, controle mecânico, controle biológico e controle químico.
1. Controle cultural: consiste na eliminação do cafezal infestado e já improdutivo, e no plantio de uma nova lavoura no mesmo local, algum tempo depois, com o objetivo de prevenir infestações do nematoide, orientado pela assistência técnica. Ao arrancar a velha lavoura, as larvas da cigarra presentes no solo morrerão por inanição (falta de alimento). Os cafezais são atacados depois de se tornarem adultos, com cinco anos o mais.
2. Controle mecânico: consiste na captura de adultos das cigarras, mas é impraticável, devido à rapidez do deslocamento e voo dos adultos, do grande número de lavouras para abrigá-las, da grande região infestada, da mão-de-obra dispendiosa para executá-lo.
3. Controle biológico: fungos, bactérias, vírus e nematoides vem alcançando espaço no controle de insetos e pragas, estes agentes biológicos possuem fácil aplicação e produção, não poluem e nem causam toxidade e podem ser usados cm outros controles.
Controle químico: é o método de controle mais eficiente até agora e visa matar as ninfas móveis no solo, sugando nas raízes, por ingestão, principalmente, e pela ação de contato.
Para o devido controle da cigarra no cafezal, o uso de inseticidas sistêmicos e de contato é a recomendação ideal.
Assim, para um controle mais eficiente, vale adotar um produto químico com rápido controle de choque e maior residual. Aplicado via solo e com alta sistemicidade, este produto combate a cigarra do café com grande eficiência.
FERRUGEM
É uma doença foliar que apresenta na parte superior da folha manchas marrons (necrose) eventualmente circundadas por halo de cor amarela (clorose) com média de 1 cm a 2 cm de diâmetro.
Fonte: Revista Campo e Negócios
A ferrugem do cafeeiro causa severa desfolha das lavouras, levando à queda de produtividade que pode chegar até 30%.
A doença é causada por um fungo policíclico, o Hemileia vastatrix, sendo considerada a enfermidade mais prejudicial à cafeicultura brasileira. O fungo ataca as folhas, provocando manchas cobertas por uma massa de esporos amarelo-alaranjados na face inferior. Ele causa morte celular e consequente desfolha intensa quando não controlado.
As condições climáticas ideais para a ferrugem são:
– temperatura na faixa de 20 a 24ºC; e
– alta umidade.
Dessa forma, a doença normalmente inicia seu desenvolvimento em novembro/dezembro e tem o pico de infestação em maio/junho. Porém, nos últimos anos, tem-se notado uma evolução tardia da ferrugem, em função de invernos mais quentes e úmidos.
PREJUIZO
A ferrugem do cafeeiro pode ocasionar perdas de até 70% na produção. Mas isso é só uma parte do problema. Com a desfolha que a ferrugem causa na planta, o ciclo do ano seguinte pode ser igualmente impactado, comprometendo a qualidade da bebida e, por consequência, o resultado econômico das propriedades
MONITORAMENTO
- Dividir as lavouras em talhões uniformes;
- Caminhar nas linhas e, aleatoriamente, coletar de cinco a dez folhas por planta (no terceiro ou quarto par), no terço médio da planta, perfazendo um total de 100 a 300 folhas por talhão ou gleba uniforme.
- Contar o número de folhas com ferrugem e determinar a porcentagem de infecção.
CONTROLE
O controle deve ser sempre preventivo, para evitar o impacto na lavoura e todo cuidado deve ser acompanhado por um agrônomo ou técnico responsável.
Controle genético:
Esta tática pode ser muito interessante em áreas montanhosas não mecanizadas e para produtores de menor poder aquisitivo.
Ainda pode-se ressaltar que o uso de variedades resistentes aliado aos tratamentos químicos resulta em grande aumento de produtividade, seja pelo vigor que muitos destes produtos causam na planta, seja pelo controle de outras doenças secundárias, como a cercosporiose.
Controle químico:
Os fungicidas são classificados, quanto ao modo de ação, como:
– Erradicantes ou desinfestantes: enxofre;
– Protetores ou preventivos: cúpricos, ditiocarbamatos e estrobirulinas;
– Curativos ou terapêuticos: benzimidazóis e triazóis.
No controle da ferrugem do cafeeiro, os primeiros fungicidas a serem usados foram os fungicidas cúpricos, como oxicloreto de cobre e hidróxido de cobre.
Podas dos Cafezais ajudam no controle da ferrugem
O uso de podas em cafezais se expandiu muito nos últimos anos. Antes era uma prática adotada como exceção, hoje é quase uma regra. Isto porque a poda, agora, vem sendo indicada não só para recuperar as plantas de café, mas, principalmente, para facilitar e tornar mais econômico o manejo dos tratos e a colheita.
No uso das podas, especialmente as mais drásticas, a redução da ramagem provoca uma morte significativa das raízes finas das plantas, devido elas ficarem com seu suprimento de reservas reduzido, que antes vinha da folhagem eliminada pela poda.
A utilização de fungicidas, nas formulações para a via solo, no pós-poda, vem se mostrando de excelente resultado na brotação e vigor dos cafeeiros. Além disso, com a falta ou baixa produção das plantas podadas, no ano seguinte à poda, a aplicação via solo tem se mostrado suficiente para o controle da ferrugem.
FAÇA O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)
Para maior viabilidade econômica, social e ambiental faça o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID). Consistem na capacitação do produtor para identificar e quantificar as pragas e as doenças que podem ocorrer na lavoura de café e combinam métodos e estratégias de controle, como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, para evitar o dano econômico.
A ideia é monitorar de perto a proliferação dos insetos (pragas e predadores) com o objetivo de identificar quando o número de agentes já é considerável para causar prejuízos ao cultivo.
SISTEMA DE GESTÃO PARA O CAFEICULTOR
Cada etapa para garantir a fertilidade da lavoura deve ser bem planejada e não pode simplesmente ser feita por “achismos”, assim, é necessário um sistema de gestão de fazenda que concentre todas as informações.
Não importa o tamanho da sua propriedade, ao investir em sistemas de gestão, todos os processos operacionais serão otimizados. Sendo assim, você terá mais agilidade, segurança e custo de execução menor, consequentemente, aumento da lucratividade.
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