Muita gente encara a entressafra como um momento de pausa, mas ela pode ser decisiva para o sucesso da próxima safra. Continue a leitura e veja 5 ações estratégicas que você pode colocar em prática agora para aumentar a eficiência, o planejamento e a rentabilidade no próximo ciclo.
Análise e correção do solo
Enquanto o campo parece descansar durante a entressafra, as decisões mais importantes estão sendo tomadas debaixo da terra. Esse é o momento ideal para o produtor entender a real condição do solo, corrigir falhas e preparar o terreno para colher mais no próximo ciclo.
Antes de qualquer decisão, analisar o solo é como fazer um check-up completo da fazenda. Além disso, é a única forma confiável de saber o que está em excesso, o que falta e o que precisa ser ajustado. Como resultado, a partir dessa leitura, o produtor toma decisões mais seguras sobre adubação, correção e manejo, sem desperdício de insumos ou perda de potencial produtivo.
Durante a entressafra, é possível fazer isso com calma e planejamento. E os benefícios são claros:
Melhor aproveitamento de fertilizantes e corretivos;
Redução de custos com aplicações desnecessárias;
Prevenção de problemas que podem surgir no meio da safra;
Potencialização da produtividade e da saúde do solo.
Portanto, com os resultados da análise em mãos, é hora de agir. A entressafra é perfeita para aplicar corretivos que precisam de tempo para reagir no solo, como:
Calcário agrícola: essencial para corrigir a acidez superficial, melhorar o pH e aumentar a disponibilidade de cálcio e magnésio.
Gesso agrícola: recomendado para corrigir acidez em profundidade e favorecer o desenvolvimento das raízes em camadas mais profundas, ideal para enfrentar períodos secos.
Corretivos orgânicos e biofertilizantes: fortalecem a vida no solo, aumentam a matéria orgânica e favorecem práticas sustentáveis ou regenerativas.
Quanto antes essas intervenções forem feitas, maior será o efeito positivo no momento do plantio.
Utilização de plantas de cobertura
Durante a entressafra, o solo não precisa e nem deve ficar parado. A implantação de plantas de cobertura é uma estratégia inteligente e altamente eficaz para manter a vida ativa no campo, mesmo fora do período de cultivo comercial.
Essas culturas, também chamadas de adubos verdes, protegem, nutrem e regeneram o solo, trazendo ganhos diretos para a próxima safra.
Benefícios agronômicos das plantas de cobertura:
- Proteção contra erosão e impacto da chuva, mantendo a estrutura do solo;
- Fixação biológica de nitrogênio, especialmente com leguminosas como crotalária e feijão-guandu;
- Supressão de plantas daninhas e interrupção de ciclos de pragas e doenças;
- Melhoria na infiltração de água e aeração do solo, reduzindo a compactação;
- Aumento da matéria orgânica, promovendo a saúde microbiológica do solo.
Além disso, em sistemas de rotação ou sucessão de culturas, a cobertura vegetal também quebra o ciclo de exaustão do solo, preparando o ambiente para culturas mais exigentes, como soja, milho e algodão.
A escolha da planta de cobertura ideal deve considerar o tipo de solo, o clima da região, o cultivo principal da próxima safra e o objetivo agronômico desejado.
Ou seja, as plantas de cobertura são um investimento silencioso que fortalece o solo e reduz custos futuros. Ao usar a entressafra para regenerar a terra, o produtor entrega à próxima safra um ambiente mais fértil, equilibrado e produtivo.
Revisão de máquinas e equipamentos
Durante a entressafra, revisar tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas não é apenas uma tarefa de rotina; é uma estratégia de economia. Contudo, quando a manutenção é negligenciada, os prejuízos podem ser grandes: desde paradas inesperadas no meio da safra até perdas operacionais e danos mais graves aos equipamentos.
Segundo dados do SENAR, até 30% das falhas mecânicas no campo poderiam ser evitadas com manutenção preventiva. Além disso, a manutenção corretiva aquela feita só quando o equipamento já quebrou pode custar até 5 vezes mais que uma revisão preventiva.
Portanto, o momento ideal para garantir que sua frota esteja em plenas condições de operação é agora. Isso inclui:
- Troca de filtros e óleos;
- Verificação dos sistemas hidráulico e elétrico;
- Regulagem de plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras;
- Avaliação da vida útil de pneus, mangueiras e componentes críticos.
Planejamento de compras
A entressafra é muito mais do que um tempo de espera; é, portanto, uma oportunidade de ouro para o planejamento de compras, etapa fundamental para a eficiência do próximo ciclo produtivo. Muitos produtores deixam para adquirir insumos como sementes, fertilizantes e defensivos muito próximo da safra, o que acarreta preços mais altos, prazos de entrega mais longos e até indisponibilidade no mercado.
Segundo a Conab, os custos com insumos representam, em média, 60% do custo total de produção agrícola. Isso mostra como comprar de forma estratégica, antecipada e com base em dados reais é essencial para aumentar a rentabilidade da lavoura.
Por isso, neste período, é importante:
- Levantar o consumo da safra anterior;
- Analisar a previsão de área plantada e o calendário agrícola;
- Negociar condições com fornecedores;
- Realizar cotações antecipadas e simular cenários de custos.
- Comprar certo é tão importante quanto produzir bem.
Análise de resultados previsto x realizado: a entressafra também é tempo de gestão
A colheita acabou, os números estão na mesa e agora é hora de fazer aquilo que realmente diferencia uma fazenda eficiente: sentar, analisar e planejar. A entressafra é o melhor momento para avaliar o desempenho da safra anterior e identificar, com clareza, o que deu certo e o que precisa ser ajustado para o próximo ciclo.
Essa comparação entre o previsto e o realizado permite:
Medir a eficiência do planejamento anterior;
Detectar gargalos técnicos ou financeiros;
Identificar desperdícios, atrasos ou erros operacionais;
Reduzir custos sem comprometer a produtividade;
Tomar decisões com base em dados, e não apenas em intuição.
Analisar apenas a produtividade por hectare já não é suficiente. É preciso cruzar informações técnicas, operacionais e financeiras para ter uma visão completa da performance da fazenda.
O produtor que deseja crescer de forma sustentável deve olhar para perguntas como:
Qual foi o custo real por cultura e por talhão?
O que foi plantado dentro ou fora da janela ideal?
Onde houve perdas evitáveis?
A equipe trabalhou com eficiência?
A adubação e o manejo foram feitos conforme o planejado?
Essas respostas vêm dos registros e é aí que entra o poder de um bom sistema de gestão.
Benefícios de adotar um software agrícola
Eficiência operacional: automação de processos e redução de erros manuais
Tomada de decisão baseada em dados: acesso a informações precisas e atualizadas
Integração de setores: comunicação fluida entre campo, escritório e comercial
Sustentabilidade: uso racional de recursos e redução de desperdícios
Deste modo, concluímos que a entressafra não é um período de descanso, mas sim uma oportunidade estratégica para planejar e melhorar a próxima safra. Com ações práticas e o apoio de um sistema de gestão agrícola como o Agroslim, é possível aumentar a eficiência, reduzir custos e garantir uma produção mais rentável e sustentável.